2012-05-30
Na região não há tradição de espectáculos musicais, mas quando se avançou para o primeiro, os responsáveis ficaram surpreendidos com a quantidade de gente disponível e talentosa que apareceu. No primeiro, em 2009, sobretudo gente que já frequentava outras actividades da colectividade ou amigos a quem chegou a informação. Nos dois seguintes vieram mais de cem pessoas de várias freguesias e concelhos vizinhos para as audições. Foi necessário fazer um casting, com a cantora lírica Filipa Lã no júri, para escolher os melhores.
“Contrastes”, ainda em playback, surpreendeu a Covilhã. Em 2010 “Cantigas da Rua”, mais popular, evidenciou uma evolução natural, com um maior cuidado e investimento em vários aspectos. Agora está em preparação “Uma Viagem à Broadway”, com 44 pessoas em palco, para estrear lá para Outubro. “Pode ser o maior espectáculo que a Covilhã, amadoramente, já viu”, perspectiva Francisco Mota, desde Fevereiro presidente do Oriental, embora já esteja há 14 na direcção.
Há muitos anos responsável pela encenação, letras e figurinos das marchas populares, quando deixaram de se realizar ficou um vazio, que Francisco Mota e Tina Barata, a outra entusiasta da colectividade, tentaram preencher pondo de pé o primeiro musical, género que sempre fascinou o presidente do Oriental, “pela alegria, fantasia e ritmo”.
Puseram mãos à obra e o resultado final superou as suas expectativas. “No primeiro enchemos o Teatro-Cine duas vezes e o auditório Mártir-in-Colo”, recorda o encenador. O segundo espectáculo teve quatro dias a sala esgotada. Depois passou por outros locais, mas não como gostariam, por causa dos custos. Para subirem ao palco, têm de assegurar a receita de bilheteira. O sistema de luz e som, com os microfones de precisão, custa por noite três mil euros. “Têm de ser garantidos com a venda dos bilhetes”, acentua Mota. Por isso não puderam aceitar o convite das muitas freguesias para saírem em digressão.
Para pôr o projecto de pé o Oriental conta com o vasto guarda-roupa utilizado nas marchas populares, adaptado sempre que possível para nova utilização. No musical agora em preparação os arranjos das músicas foram encomendados a um compositor, a quem é entregue parte significativa do orçamento. Os temas vão ser tocados pela EPABI e os cenários estão a ser executados por alunas de Arquitectura da UBI, também graciosamente.
(Reportagem, duas páginas, na edição papel)
Ana Ribeiro Rodrigues